Servidores em greve
Prefeitura não apresenta contraproposta em assembleia do SINSPMAR e funcionalismo decide parar por tempo indeterminado, a partir de segunda-feira
Em assembleia na quarta-feira, 26 de março, no Clube Comercial, os servidores decidiram combater a falta de valorização por parte da Prefeitura de Angra com a realização de uma greve, a partir de segunda-feira, 31 do mesmo mês.
A revolta do funcionalismo foi motivada principalmente pela ausência de uma contraproposta em relação ao ganho real dos servidores, que estão em negociação salarial ao longo de todo o mês. Somou-se a isso a negativa em estipular datas quanto à reformulação de prioridades do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) e a falta de uma resposta coerente quanto à necessidade do exorbitante número de cargos comissionados da prefeitura.
Paralisação no início
A quarta-feira foi movimentada para os servidores. Pela manhã, eles ficaram concentrados em frente à prefeitura, mobilizando a categoria em relação à paralisação que estava sendo realizada. O ato foi organizado a partir de deliberação na assembleia efetuada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Angra dos Reis (SINSPMAR), na quinta-feira, 20 de março. Mais de 500 pessoas passaram pelo local, exigindo melhorias de forma democrática e respeitosa. “Estamos aqui mais uma vez lutando pela valorização dos servidores. Essa é a nossa bandeira: mais qualidade ao serviço público e aos servidores”, declarou ao microfone a presidente do SINSPMAR, Ana Maria Bezerra Barbosa.
Reunião com o governo
Às 14h, diretores do SINSPMAR, integrantes das comissões dos aposentados, negociação salarial e PCCR e servidores que participaram da mobilização tiveram um encontro com o secretário de Administração, Jorge Acílio, no Salão Nobre da Prefeitura. Eram esperadas as presenças da prefeita Conceição Rabha e do secretário de Governo Robson Marques, o que não aconteceu.
A conversa não avançou. O governo não apresentou nenhuma contraproposta relacionada ao ganho real dos servidores, mantendo a reposição salarial de 5, 39% e ganho real de 1, 61%, totalizando um reajuste de 7%, que já havia sido recusado em assembleia anterior e transmitido à prefeitura de forma oficial, através de ofício.
Também não foram atendidos os pedido dos servidores quanto à necessidade de estipular uma data para efetuar as mudanças prioritárias relacionadas ao PCCR.
Já ao final da reunião, Jorge Acílio explicou que o governo estudou o impacto de reajustes de até 8%. Os representantes do SINSPMAR aproveitaram a declaração e perceberam a existência de estudos sobre um ganho real maior como possibilidade verdadeira, pedindo ao secretário de Administração que entrasse em contato com a prefeita, para que ela fechasse uma contraproposta ao funcionalismo.
Jorge Acílio assumiu o compromisso de conversar com Conceição Rabha e enviar um ofício com uma contraproposta no mesmo dia, para ser apreciado na assembleia dos servidores que aconteceria às 16h.
Assembleia decide por greve
Mais de 800 pessoas passaram pelo Clube Comercial, no Centro, que abrigou a assembleia dos servidores. A ansiedade referente à contraproposta da prefeitura foi transformada em decepção assim que o ofício do governo municipal foi entregue à presidente do SINSPMAR. No documento lido por Ana Maria, a prefeitura manteve o reajuste em 7%, não apresentando nenhuma data concreta quanto à realização das prioridades do PCCR. Ela manteve o compromisso com o abono aos aposentados, no período de março de 2011 a fevereiro de 2012, por processo administrativo.
A resposta dos servidores foi dada através de proposta de greve, colocada em votação e também aceita pelo funcionalismo. Ela começa na segunda-feira, 31 de março, com mobilização dos servidores às 10h, em frente à prefeitura. Uma assembleia também será marcada no mesmo dia, às 15h, em local a definir. O objetivo é buscar avanço nas negociações, para que a prefeitura reavalie sua posição e tão logo quanto possível possa caminhar para um acordo justo, com a retomada do trabalho.
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